segunda-feira, 16 de abril de 2012

E assim acabou o Três Lagoas Florestal

Rasgo elogios à feira agora que voltei para a Paraíba, já adianto que se tiver outra ano que vem ou seja lá quando for estarei disposta a ir novamente, na realidade não falo só por mim, muitas pessoas que conheci na feira também disseram que a iniciativa foi boa e que superou suas expectativas e que se houver outra estarão lá.

Algumas coisas que são feitas pela primeira vez tendem ao erro mais do que ao acerto, mas a visão geral foi que a feira foi super acertada.

Fazia tempo que eu não via fila do tamanho da do credenciamento, mas a organização não tinha como prever a quantidade de pessoas interessadas, não achei isso como um aspecto negativo já que significou que a feira 'bombou'. O espaço físico era ótimo, assim como o controle de entrada de pessoas e do sistema de presença com código de barras.

A área destinada aos stands foi mais do que suficiente e muito bem organizada, os brindes que ficaram por conta de cada expositor também estavam ótimos, principalmente os que não continham apenas boné ou caneta, mas aos brindes sendo mudas, sementes, vermiculita e as palestras interessantíssimas disponibilizadas pela feira em si e pela Syngenta.

Bom mesmo foram as oportunidades e ali não estavam só elas, mas também esteve do produtor rural ao empresário, dos técnicos em eletrônica, por exemplo, aos estudantes de engenharia, das pessoas comuns não ligadas ao meio florestal e as que estavam querendo ingressar. Todos sendo muito bem servidos de informações, opções de compra, soluções para injúrias e outras tantas coisas.

Olho de outra maneira o mercado florestal e as pessoas que o compõem agora, antes eu tinha um pensamento torto, por exemplo, sobre o operador dos maquinários, quando fui no simulador de colheita pensei "Eles estão de parabéns" foi extremamente difícil pra mim e não consegui tirar árvore alguma, eles não precisam entender do solo, das pragas, das mudas, de nada, mas sem eles a coisa toda ia ficar extremamente complicada.

No mais vi a potencialidade do estado, eu sabia que estava grande o mercado, agora tive uma ideia geral e com meus próprios olhos.

Outra coisa que acho que todos puderam notar é que não havia só pessoas do Mato Grosso do Sul ou São Paulo, conheci gente do Tocantins, Mato Grosso, Santa Catarina, Minas Gerais e até passei vergonha com um chileno que confundi com o motorista do ônibus, a maioria produtor rural ou empresário. Esbarrassem neles de propósito, dois desses estados que listei me propuseram estágio e podiam propor para você também.

Não gosto de altura, mas no guindaste com aquele medo todo olhei para o horizonte e pensei que era ali o lugar onde eu queria viver até ficar bem velha, com mercado florestal em alta, emprego pra muita gente, terra boa pra se plantar e viver.

Interessante foi que acabei na feira por força do destino, agora só tenho a agradecer ao evento por ter me dado essa chance de procurar meu lugar, ao meu professor Carlos Lima, que palestrou primeiro no último dia de feira, pelo apoio do início ao fim. Aos que acompanham o blog e ao bom Deus que permitiu com que tudo desse certo. Parabéns a organização e a Três Lagoas pelo que proporcionou as pessoas que foram uma experiência extremamente agradável e singular.

Já estão pensando na próxima edição? Espero que sim e que a próxima placa seja "Bem vindo de volta ao Três Lagoas Florestal"


sexta-feira, 13 de abril de 2012

Há vagas

Vou escrever agora o que realmente me trouxe aqui. Não tenho a intenção de ficar na caatinga quando me formar, isso se eu me formar por lá já que o exército brasileiro poderá influenciar minha vida novamente.

Vim com o objetivo de conseguir contatos para estágios e futuros trabalhos fora do cenário onde vivo hoje. O que tenho a dizer aos universitários, técnicos e pessoas do ramo que querem uma vaga no mercado florestal que aqui estão e aos que não vieram por diversos fatores, HÁ OPORTUNIDADES.

Antes até de a feira começar em uma conversa informal eu já tinha recebido uma proposta e após a cerimônia de abertura ela foi confirmada. Sem contar outra oportunidade que tive ontem mesmo com outra empresa. É claro que pode ser que nenhum dos dois contatos que fiz dê certo, mas os representantes das empresas que aceitam estagiários estão dispostos a receber propostas, eles só não carregam uma plaquinha de “Há vagas”.

Eu não tive vergonha de pedir minha vinda à feira e estou aqui hoje, não tive vergonha de conversar com pessoas que de fato sabem muito mais do que eu, conversas em que eu podia não entender o que estavam dizendo, mas estava ali prestando atenção em tudo e falando apenas quando achava necessário demonstrando segurança mesmo que não a tivesse. Quando fui informada sobre meu suposto trabalho e de fato ele é um que eu pensava mesmo em fazer para projeto de monografia tive a resposta certa para os ouvido de quem o propunha, talvez ele tenha até visto meu enorme desejo de fazer o que conversávamos e por consequência ouvi “Me mande um email, acertamos tudo por lá”. Minha mãe é que tem que ter um coração muito sadio porque foi pra ela que liguei aos berros dizendo que se tudo desse certo nas férias ela não precisaria me ver e que eu ia para outra cidade agarrar a oportunidade que tive.

Espero que muitos outros estudantes tenham tido a mesma iniciativa e oportunidade que eu tive de conhecer as pessoas certas que estavam dispostas a me dar uma chance, no marcado há vagas para todos nós e percebi que há também quem queira nos receber, eles só não vão cair do céu, não vão chegar e tocar no seu ombro perguntando se você tem vontade de trabalhar com eles. Para mim não bastava só olhar a feira, só ver palestras informativas, vim com foco e espero lograr êxito com as chances que tive.

Aos que ainda não procuraram tentar seu lugar ao sol nesse mercado que tem crescido nessa região ou em outra digo que dá tempo, até 22 horas de hoje a pessoa que pode se interessar pela sua mão de obra está ali no espaço da feira, depois pode ser tarde e muito trabalhoso encontrá-la.

Simulador, guindaste e as tecnologias dos maquinários

Ontem andando pela feira descobri, tarde talvez, simuladores de colheita no estande da Komatsu muito realista, do Senai e Cat, neles a pessoa opera o maquinário e achei isso fantástico. Já que não podemos ir ao campo ver essas coisas a experiência foi muito boa e recomendo.
Olhei com mais atenção o stand da Neutraliza que é a primeira usina de preservação de madeira totalmente automatizada onde o operador só vai precisar fechar o sistema, é uma autoclava na horizontal de vários tamanhos, com processo a vácuo feito pela Fheizer. Minha universidade poderia seriamente pensar em pedir uma para o setor de tecnologia da madeira.

Tem um guindaste na feira incrível também, eu como assumi essa função de contar no blog o que está acontecendo não podia deixar de ir, mas fiquei com medo mesmo e assumo, porém a sensação é muito boa e a visão tanto da feira quanto da cidade é espetacular. Quem quiser ir e tiver a chance vá, é só comprar alguma coisa no estande do Painel Florestal.

Ontem eu disse que queria deixar o maquinário por último para ver se eles funcionariam e sim, eles funcionaram. Mas antes de realmente ver um deles em ação assisti a uma palestra onde se passou vários vídeos de máquinas funcionando e com tecnologia avançada onde umas subiam até inclinações que a gente julga impossível, estão desenvolvendo tanto os maquinários que os seus operadores logo serão substituídos por poucos que vão controlar tudo de longe, alguns já até tem esse sistema de controle.

Simplesmente há muitas coisas para se ver, espero que hoje eu consiga ir até a Eldorado ver a construção da fábrica e gostaria que ela me impressionasse mais que a outra visita técnica que fui.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Três Lagoas Florestal

Anteontem foi aberto o Três Lagoas Florestal e fiquei realmente surpresa com a quantidade de pessoas que encontrei em filas enormes para cadastramento e retirada de identificação.

Após a cerimônia de abertura houve uma palestra e geralmente quando ouço as pessoas falando sobre 2050 elas não são muito positivas quanto aos recursos naturais que teremos e o palestrante apontou que teremos sim recursos se crescermos com a ideia da sustentabilidade.

Ontem entrei em outra fila enorme para conseguir fazer uma visita técnica na Fíbria ou Eldorado, porém na minha vez acabaram-se as vagas em ambas as empresas. Acho que 40 vagas oferecidas são poucas se levarmos em consideração a quantidade de pessoas que estavam interessadas, talvez se tivessem duas visitas diárias, uma pela manhã e outra à tarde, resolvesse o problema, ao menos para nós os visitantes.

De última hora conseguiram uma vaga para mim e fui com uma expectativa enorme visitar a Fíbria. Porém me decepcionei bastante, achei que fossemos ver o sistema de produção da celulose por dentro, mas só entramos em uma sala para ver um vídeo informativo de segurança e sobre as etapas para obtenção da celulose e para mim isso não bastava.
Andamos nas instalações apenas pelo lado de fora onde nos era informado coisas do tipo “Aqui é onde fazemos o controle de qualidade”, quando achei que não fossemos ver nada além da estrutura paramos para observar a celulose já separada em folhas, onde tocamos e pegamos amostra e retornamos ao ônibus e meia hora depois estávamos na Feira de novo.

Quando retornei da visita técnica frustrada um professor da UFMT me disse sobre uma palestra que a Syngenta estava disponibilizando a um público limitado. Era sobre controle de doenças em florestas plantadas no Brasil, foi superficial, rápida, nada cansativa, com dados experimentais e achei bem interessante, indico muito que vejam hoje e amanhã as outras palestras previstas, eu estarei lá e os horários são bem acessíveis.

Quanto aos stands digo que muitos chamaram minha atenção. Há um da Trimix que me mostrou Vermiculita que antes só tinha ouvido falar e na minha mala agora tem várias amostras. Outros ainda devo visita com maior atenção, e estou deixando os de maquinário por último para ver se farão alguma demonstração de uso que me impressionem mais do que seu tamanho colossal.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Eu no meio dos grandes

Entre tantas personalidades tituladas professores, assessores, diretores, secretários e outros importantes no ambiente florestal estava eu, uma mera estudante em uma reunião no SEBRAE de Três Lagoas.
Sabe quando você não sabe muito do que alguém está falando? Pois foi assim que me senti do início ao fim. Acredito que boa parte das pessoas que estão estudando ainda também não saberiam e o que me contenta é que diferente dos outros, por vários motivos, estive lá disposta a ouvir e tentar absorver e entender a maior quantidade possível de informações que eram passadas.

Eu não sabia, por exemplo, o que era o Rio +20 e agora sei que é a Conferência Mundial de Desenvolvimento Sustentável e que acontecerá de 20 a 26/06 deste ano e que há 25 temas propostos pelo Brasil onde pelo menos 20 se refere ao homem e o restante se refere às florestas e até oceanos.
Também não sabia da Política Nacional de Florestas Plantadas que pelo que entendi se refere a cadeia produtiva florestal de derivados direto até seu uso na construção, por exemplo.

Eu sabia da tal Economia Verde, mas foi preciso alguém na roda dizer que era mais fácil falar do que cumprir pra poder ter essa visão, foi dado como exemplo a substituição de postes e pontes de madeira por concreto e ferro, e que até os currais estão sendo feitos de alvenaria.

Se eu fosse apontar todas as coisas que achei interessante nessa reunião eu ficaria horas escrevendo. Porém tenho a dizer que aprendi muito mais em 3 horas de conversa do que nas 30horas aula de matérias que foram feitas para discutirmos questões parecidas na universidade, pelo menos na minha.


sexta-feira, 6 de abril de 2012

Expectativa do retorno

Em dezembro passado quando eu soube que seria realizado o Três Lagoas Florestal logo quis ir, mas não sabia se teria condições para isso.

Reuni o máximo de coragem que consegui e mandei um email ao Robson Trevisan e após um tempo estava eu com minha passagem, uma responsabilidade e expectativa crescente.

Acho que quase matei meus pais de susto quando gritei dentro de casa o que tinha conseguido, tive que explicar como e mostrar os emails para que minha mãe pudesse acreditar e vi ali estampado no rosto dela orgulho, pode ser besteira, mas para mim foi um feito e tanto.

Na época pensei “Chegou minha hora” e talvez realmente tenha chegado porque posso não ter outra oportunidade como essa de conhecer coisas que não fazem parte da minha realidade, oportunidade de conhecer alguém que possa me oferecer um estágio fora de Patos já que minha intenção não é a de permanecer na Paraíba e preciso conhecer formas de trabalho diferente das feitas nas espécies florestais do sertão.

Hoje estou em Campina Grande, onde vou pegar o vôo para o Mato Grosso do Sul, e depois de uma ligação do Robson me dizendo que estava tendo muito trabalho e que o evento vai ser grande e cheio de coisas, a expectativa aumentou. Sinto aquele friozinho na barriga quando penso no que nos aguarda.

Minha terra nos espere de braços abertos, alguns vão ao seu encontro com enorme saudade como eu e outros vão para conhecê-la, mas quero que saiba, assim como na música, que "Meu Mato Grosso do Sul, meu canto é todo pra você".

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Oportunidade perdida

Da universidade que frequento (UFCG) apenas eu e o professor Carlos Lima iremos ao Três Lagoas Florestal, além de ir eu consegui o direito de postar no blog e ele palestrará. Tivemos a idéia de perguntar no campus entre professores e alunos quem sabia do evento e dos que sabiam por que não estão indo conosco.

Foi surpreendente saber que embora eu e o professor tenhamos dito e divulgado em nossas redes sociais, grupos da rede e conversas informais muitos ainda estavam sem saber. Os que souberam demonstraram grande interesse, porém não estavam dispostos a pagar pela viagem.

Antes mesmo do começo do semestre letivo um grupo de colegas falava em pedir ônibus na universidade, mas não levaram a idéia adiante e alguns disseram que a duração de viagem juntamente ao evento seria grande demais e que duvidavam que a faculdade liberasse e que muitas aulas seriam perdidas.

Dos professores que consegui perguntar os que sabiam também estavam no grupo da rede e outros só souberam através de meus pedidos para transferência de provas e justificativa de falta na semana do evento e acredito ter sido tarde demais para os interessados se organizarem para ir.

Vejo que alguns focam apenas nessa região, não acho que estejam tão errados já que visam o desenvolvimento florestal no sertão, mas parte significativa dos estudantes não ficará aqui depois da formação e talvez se tivessem prosseguido com o pedido do ônibus todos eles estariam indo conhecer o mercado Sul-mato-grossense e a região que tanto me encanta, mas infelizmente agora essa oportunidade foi perdida.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Mudança de cenário

Quando eu era criança e viajava pelas estradas do Mato Grosso do Sul olhava atentamente para todos os lados e o que eu via? Pastagem e gado.

Em viagem recente pelas mesmas estradas a paisagem está de fato diferente, tem floresta plantada no lugar das pastagens, tem campo para floresteiros e embora eu soubesse na época que tive que me mudar para a Paraíba que o mercado ia crescer com a chegada de empresas, pude crer e ver a mudança no cenário visual e econômico na região de Três Lagoas. Pensei com aquele brilho nos olhos "Vou voltar para o meu lugar, o lugar de onde eu não deveria ter saído", pelo menos esse é o plano.

Na parte da Paraíba onde moro os produtos florestais são diferentes dos obtidos no MS, a caatinga tem estaca, lenha, carvão e mourão, por exemplo. O cerrado já oferece solos para espécies de grande porte, visto que há eucalipto em larga escala e dele extrai-se diversos produtos.

Essas diferenças acredito que são marcadas principalmente pelo clima e a disponibilidade hídrica, contando também com o tipo de solo de cada região já que aqui no sertão os solos são rasos, pedregosos, com relevo difícil para maquinários, e mesmo que se possa plantar eucalipto não seria viável em escala industrial. Há um período de seca muito grande também e não são todas as espécies que se adaptam a essa realidade.

Chega a ser irônico, mas foi necessário sair do MS para reparar e conhecer parte de seu mercado florestal e ver o potencial econômico que suas terras podem oferecer.